sábado, 22 de setembro de 2012

Review: Risk It! + Besta + Face The Fact @ República da Música (Lisboa)



Quarta-feira à noite, meio da semana, regresso às aulas, ainda tive esperança que a República da Música estivésse bem composta. Mas depois comecei-me a lembrar, "miúdo, isto é Lisboa, não te fies...". Ya, chego à sala às 21, hora que tinha combinado com o skater boy Machado (que obviamente chegou atrasado) e vejo algum pessoal. Não muito, e dos que vejo reparo que é só miudagem nova. Estranho...fora três ou quatro pessoas, não conheço ninguém. Eu ainda sou um jovem, mas ver tão poucas caras conhecidas causou-me estranheza. Encontro o Edgar, que veio das Caldas ao show, ficamos ali na conversa e lá apareceu o Machado no seu skate, qual miragem, e logo logo as grades levantam-se e a malta começa a entrar para o show, sendo que os Face The Fact já estavam a aquecer os instrumentos.

Face The Fact foi nice, ainda não tinha visto e até não desgostei. O Empty tem uma voz porreira, a sonoridade é aquela um bocado cansada para o meu gosto, mas não desapontaram, pelo contrário. Granda queda do Lekas no final, a malta já a pensar que o gajo tinha ficado todo fodido tamanho o trambolhão (e a forma como o gajo bateu com a cabeça no chão), mas parece que só deu para uma orelha ensanguentada e um galo que hoje deve estar gigante, nada que gelo com fartura não resolva.

Estive grande parte do set da Besta "cá fora" (não dá para sair, uma beca chunga, mas pronto) à conversa com o Nuno Mota (veio um carro do Algarve para cima), tempo esse em que começa a entrar algum pessoal já meu conhecido, o que já me dava a dica que ia ter conversa para o final da noite. Mal reentrei os meus ouvidos foram assaltados por uma gritaria que, não fosse estar afastado do palco, me teria certamente posto a sangrar dos ouvidos. Não sei se era propositado ou não, mas o volume estava alto pra caralho, o que aliado à violência que é o som da banda me acabou por cansar ao fim de duas ou três faixas. Pa, e o baterista é igual ao Bobby Munson do Sons of Anarchy.

Terminado o assalto à minha saúde auditiva, fui lá dar uma olhada ao merch dos alemães e às caixas de discos que lá estavam, de uma editora que não percebi bem qual era. Sei é que tinha lá uns discos e umas tapes a rirem-se para mim (A Life Less Plagued de Carry On foi o que mais me tentou, entre outros) mas desta vez resisti. É uma merda quando vês cenas fixes mas não podes desembolsar a guita porque ela está escassa. Curtia ser o Berardo do hardcore, depois gastava a guita em discos e passava a ser curador. Desde que o analfabetismo e estupidez não fizéssem parte da troca de identidades, alinhava.

Bom, de Risk It conhecia uma ou duas faixas do youtube, admito-o. O concerto começa, som bacano, tocam bem, boa presença do vocalista que vai dizendo umas verdades entre músicas (resta saber se alguém estava a tomar atenção), top notch. Um par de miudos lá a dar os seus moves ninja a espaços, sempre deu para a animar a coisa. Miudos esses que encostaram à box mal começa a cover de No Warning (falta de escola, mas isso já é certo e sabido). Escusado será dizer que durante aqueles dois minutos foi inferno na terra...

Termina o concerto, a tempo e horas que é para não haver choradinhos e toda a gente poder ir descansada à sua vida. Fico cá fora com algum pessoal a meter a conversa em dia, a falar da manifestação de dia 15, da escola, da vida, do futuro...É foda ver que o pessoal pensa todo da mesma maneira, e que o futuro neste país, aos nossos olhos, é bem escuro. Mas como não se pode só pensar em merdas negativas, bora agarrar na longboard do Machado e dar umas voltas, ah, e mandar ollies (LOL!). Ainda estou para saber como é que se curva naquela merda, "inclina-te" dizia-me ele...está bem, está!

No final da azáfama toda própria de final de concerto, o Congas lá teve um tempinho para me vir entregar umas cópias da Overpower Overcome, cujo número 4 já se encontra disponível. Claro que foi a minha companhia para casa, e só me deitei já tinha lido mais de metade.

Podia falar aqui do pouco público presente, mas ia estar a bater numa tecla que estou farto de bater. Acho que a malta precisa é de jejum. Jejum esse que tenho a certeza que fazia uma purga fodida na cena de Lisboa e que a malta que está aqui colada com cuspo caía toda para a moda seguinte. Não sei quem é que andava a meter aquela frase cliché, mas verdadeira, do "support to deserve", mas cada vez mais vejo que há é pouco "suporte" aos poucos que merecem.

2 comentários:

  1. gostei do ultimo paragrafo.

    agora és mentiroso que eu ja tinha chegado quando encontraste o edgar!!! ate parece que tou sempre atrasado... XD es o maior titi

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  2. A sério? É capaz...ele estava já lá dentro não era?
    Eu sei é que vim todo ofegante depois de ter feito o caminho mais ridiculo de sempre para chegar a Alvalade e estar olhar para o relógio para manter o titulo da pontualidade. Mas não te preocupes, o pior é mesmo o Miguel que é o rei dos atrasos.

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