segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Review: We Ride + Neighborz + PxHxT + Challenge + Face The Fact @ República da Música, Lisboa


Fui ter a Alvalade eram 6 e pouco, era suposto começar a meter o material das bandas na República da Música às 6h30 e eu tinha ficado de ir buscar uma coluna e as cabeças da guitarra, mais uma data de tralha a casa do Ricardo Servo de PxHxT, ali bem perto. Noia a representar boa camisa, vinda directamente de uma oral na faculdade...Um gajo lá mete as coisas na sala e para grande surpresa minha, a sala estava diferente: o palco foi "chegado à frente", foi posto um avançado à frente do palco, com a altura de um degrau e meio praí, não havia cá mesas de mistura no meio da sala rodeadas de grades nem lugar para o gajo cujo único propósito é carregar nos butões das luzes aleatoriamente (bom biscate). Resultado: uma sala mais pequena, mais "aconchegada" e sem aquela barreira a empatar. As mesas do merch é que tinham vista privilegiada para a entrada do WC, mas tasse. Boa onda da Suburban Bookings, veio-se a revelar uma boa ideia e tornou certamente o ambiente melhor.

Praí sete e picos eu e o resto dos PxHxT fizemos a viagem rápida da praxe até ao Pingo Doce pegar umas cenas para o jantar e rumámos a casa do Ricardo para jantar. Tinha levado um bocado de chau-min que tinha feito no dia anterior para eles provarem os meus dotes gastronómicos mas não ficaram muito entusiasmados. Melhor para mim! Ainda houve tempo de fazer dobragens em directo de séries de tv e rir um bocado.

O concerto era suposto começar às 9 por isso um bocado antes da hora voltamos para a sala para encontrar jantar no backstage...estudássem!

Para abrir o cartaz, tocaram os Face The Fact. Algum pessoal na sala, tudo ainda calmo com um ou outro circle pit e um puto bazeza que estava de fora a dar pontapés a quem passava feito otário. Nem sou de me meter, mas fui lá falar com o puto a explicar-lhe o que era um circle pit...meia leca do caralho. O som da banda não me apela grandemente.

Já repeti mil vezes que curto bué Challenge, por todos os motivos e mais alguns. Desde serem a única banda a tocar nesta onda, ao trabalho que têm feito na divulgação da banda e das Caldas da Rainha, ao trabalho que tem sido feito nessa cidade...Não só porque o som o pedia, mas também porque a sala e a quantidade bastante aceitável de malta que já por esta altura estava em Alvalade o concerto foi animado, com circle pits com fartura e malta a moshar.

Para finalizar o Edgar anuncia a cover de Floorpunch com dedicatória especial ao Cabeças e à minha pessoa. Não me fiz rogado e mal soam os primeiros acordes dirijo-me ao palco, roubo o microfone e dou ali um show de cantoria digno dos Três Tenores. Claro que sou um azelha, e no momento de dar o microfone de volta após os meus 35 segundos de fama ao Edgar, em vez de o fazer como uma pessoa normal, resolvo atirá-lo de volta, sendo que ele (obviamente) não o esperava e ele acabou com estrondo no chão...Valeu pelo efeito dramático. Dois zés a curtirem uma cover de Floorpunch num concerto de hardcore? Alguma coisa está mal neste país! É tudo apoiante do hardcore e hardcore praqui e pracoli e só ouvem é lixo.

Antes de PxHxT começar o Serjan vem-me fazer o balanço da (ainda jovem) noite: um pé partido, um puto a meter gelo nas costas que acho que acabou por bazar a meio e um miúdo que se vomitou todo no meio do pit...coisa séria!

Voltei à base, tomar conta do merch dos PxHxT e fiquei a ver o set deles cá de longe. Aquela rampinha dá jeito...Não os via a tocar à uma data de tempo, e não só tem uma data de malhas novas (ainda que as tenha ouvido em estúdio) como têm novo guitarrista e baixista. O Noia começou o concerto com a boa camisa e o calção da SportZone (já uma imagem de marca), mas no meio de tanto pinote e malta a voar fez bem em tê-la tirado. Lembrem-se: boas camisas são sempre de estimar. De cá de trás deu para ver bastante malta lá a frente e a saltar do palco (still, há dives a menos na cena actual!!).

A seguir tocaram os Neighborz. A banda tem o dom de apelar à miudagem nova como poucas, por isso muitos foram os que fizeram a festa. A dada altura o Lekas chamou duas miúdas ao palco, no que acabou por ser o momento mais engraçado (sem grande graça...), da noite para mim. Eu a pensar que as miúdas iam cantar a música com ele, ou que iam fazer algum stage dive ou sei lá, show de strip underage. Mas nepia, ficaram apáticas em cima do palco a olhar para o boneco meio atarantadas sem saber o que fazer durante a música TODA. Faltava lá o Joe Hardcore para lhes dar um chuto e as obrigar a mandar um dive.

A noite já ia longa, e o meu dia ainda mais. As minhas costas já sofriam a valer, e para ajudar à festa alguém entorna cerveja em cima da mesa de mistura (até apontava para o gajo do bar, andar a distribuir cerveja por cima da mesa era mesmo a brincar com a sorte....). Resultado, um tempo morto quando o relógio já passava e bem da meia noite. Como um desastre nunca vem só, à segunda malha de We Ride uma das cabeças de guitarra dá o berro. Mais um bocado parado. Com a aproximação da 1 da manhã começa-se a ver algum pessoal a bazar para apanhar os transportes de regresso a casa. Ainda assim a sala ficou bem composto e ainda estava lá pessoal com a pilha cheia para andar aos saltos.

A banda não me diz muita coisa, quer dizer, tocam tudo certinho, o som é aquele "habitual" com a diferença que é uma miúda a cantar. Deram um bom concerto e a malta que lá esteve vibrou.

Cheguei a casa já tarde que se farta, ainda lá estive à conversa e depois a levar material de volta à base. Boa noite de galhofa com o pessoal, a ver uns concertos porreiros. Parabéns à organização pela remodelação na sala e pelas condições que deram a todos, público e bandas.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Playlist da Semana #30

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


VA - Only The Strong - Nesta semana ouvi bem menos coisas do que é costume. Este disco é um dos principais culpados, tendo em conta que rodou muita vez, nem que seja porque o deixei a dar repeat feito preguiçoso enquanto desempenhava as minhas tarefas domiciliárias. O búlgaro do Straight on View andou-me a adivinhar os desejos, e meia dúzia de dias depois de ter andado a procurar por esta compilação com um som decente lá a encontro no blog dele. Seis malhas de hardcore de Cleveland. Dei por mim a questionar-me se o melhor lado era o A ou o B. Mas curto bué dos dois! "Óh Tiago, mas isso é granda metalada pa!" Confere. Aquela malha de Insight no lado A...Pa, e depois está a aqui a única (?) gravação de Meanstreak, que era a banda do Mean Steve de Confront e mais tarde de OLC. O lado B com Confront, Meanstreak e Integrity...na, fica empate. 

Fukushima - Self Titled - O Boris mandou-me isso como sendo a nova banda da malta de UX Vileheads (granda banda, pena a cagada que é o último 7"...). Os punks de Umea voltam a fazer das suas, e a mostrar que ainda dominam a arte de misturar energia e rapidez sem se tornar uma cena mega caótica que te fartas passado dois minutos. Bateria incasável, riffs simples de guitarra e uma voz gritada a plenos pulmões com solos aqui e ali. Sabes como é que é. Fãs da cena hardcore escandinava abram o olho.

A malha de Token Entry - The Edge na compilação Free For All e no programa do Crucial Chaos em ultra repeat. Esta gaita nestas gravações faz-me saltar da cadeira. Estas gravações dão capote na que está no LP no que a feeling diz respeito. 

Enuf - Demo '88 - NYHC late 80's. Infelizmente acho que estes gajos nunca passaram da demozinha, em tape e nunca se chegou a fazer nada em condições. A primeira malha é uma intro para meter tudo à estalada e o resto segue pelo mesmo caminho. Adoro estas coisas, gravação chunga, som rápido com partes mid-tempo, é tão a minha.


Irate - Demo 2003 - Hmmm, esta é a demo que tem aquela malha que aparecia no trailer do Guerrilla Warfare. Apesar de já estar meio batida, continua a ser granda estoiro. Violência no dancefloor, é você? Ai sou sim senhor. Bom, isto é uma demo com quatro músicas e as outras são... death metal? Uma coisa do género. Há muito pouco hardcore por aqui, lol. Boa demo though, ainda figura no meu iTunes por isso não há-de ser assim tão horrível.

Immortal - Damned In Black - E eu que ia congelando várias vezes em Paris no fim-de-semana passado? Ta que pariu. Houve lá uma altura que já não estava mesmo a dar, então tive de ir buscar Immortal ao baú para me aquecer. Curto bué este disco, bem furioso! Pena que essas bandas novas (de hardcore, lol) que ai andam a tentar tocar metal não se foquem mais numa cena deste género, menos lálálá e mais ratatata.

Bulldoze - The Final Beatdown - A aventura continua, lol. Não consigo parar de ouvir, continuo super colado. Ele é no ginásio, a vir para casa no frio da noite, no duche, enquanto cozinho, etc. Tão, tão, tão bom! É a tal cena que eu já tinha dito (e desculpem-me se me repito): Os Bulldoze estão mesmo naquela linha fina entre o que é hardcore e o que é metalcore. E as letras? Fodass. "Practice what you preach before you try to teach." Pena que muitos se esqueçam pelo caminho.

Mobb Deep - The Infamous - Daqui a exactamente um mês vou estar a caminho de New York (pit stop a caminho de Orlando) pela terceira vez - excitante! Quer dizer, não trocava por Londres mas é sempre fixe ir lá dar uma olhada, ver um basket e comprar calças de ganga baratas. Mobb Deep é brutal, sim ou sim? Os intrumentais deste disco são do outro mundo e, curiosamente, espelham bem a cidade. Curto bué Mobb Deep. E aquela malha com o NaS? Ai não.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tópico de Apreciação: Project X

...porque não há nada como dissecar um bom disco.


Por esta altura, já toda a gente deve saber que os Project X eram uma banda a brincar, não é? Se não sabiam, ficam agora a saber. Basicamente, a banda surgiu porque o Porcell (dos Youth Of Today e dos Judge) e o Alex (dos Side By Side) deviam ter pouco para fazer e decidiram gravar umas músicas para lançar com o número 7 (que é, na verdade, o número 2) da Schism - uma fanzine (e editora) clássica que a cena nova-iorquina nos deu, e que todos os miúdos do hardcore devem ler pelo menos dez vezes até se poderem considerar "do hardcore".

Portanto eles pegaram no Sammy (de todas bandas de Nova Iorque) e no Walter (dos Gorilla Biscuits) e foram gravar cinco músicas que iriam ser prensadas em vinil - naquele que se iria tornar num dos discos mais icónicos para a cena youth crew e para o straightedge em si. Foram prensadas 500 cópias, das quais 300 foram dadas com a fanzine e as outras vendidadas separadamente. Não é de espantar que este seja um disco difícil de arranjar (muito menos em boas condições) - o disco foi prensado na gramagem mais chunga para poupar nos custos e as fotocópias da capa também foi a olhar para os tostões. Claro que isso não impede que qualquer cópia - independentemente do estado - atinja valores relativamente astronómicos. Eu, pessoalmente, guardo o meu bootleg com muito orgulho - mais fixe que a reedição da Bridge 9.

Os Project X praticamente não existiram como banda, tendo apenas tocado cerca de cinco concertos (diz a história, eu não estava lá para confirmar) e não gravado mais nada depois deste EP. Das gravações que tenho de alguns desses concertos, posso confirmar que a banda ao vivo deixava um pouco a desejar - fruto eventualmente de uma falta de ensaios bastante grande. Não é de estranhar, visto que eles nem sequer eram banda paralela e os Manéis deviam estar mais ocupados com outros andamentos. 

A capa do disco é graficamente muito simples mas estupidamente eficaz: Um punho cerrado a fazer um bruto X a marcador nas costas da mão - difícil de igualar. As músicas são simples e muito toscas, ainda que bem directas ao assunto - do jeito que a malta gosta. Claro que se não fosse a música Straight Edge Revenge (pelo conteúdo lírico), eles provavelmente não teriam a "fama" que têm, mas não acredito se me disserem que a ideia por trás daquela letra não era causar um burburinho. Enfim, décadas depois é um disco que continua a dar que falar e que - de uma forma ou de outra - há-de continuar a ser considerado um "clássico". Fica abaixo uma pequena análise música a música.

   Project X - Project X (1988)

1. Straightedge Revenge

Ah, uma das músicas de hardcore mais polémicas de sempre. Infelizmente há demasiadas pessoas que a levam demasiado a sério, mas não é isso que está em questão. Apesar de - como straightedge - sentir aquela pontinha de arrogância sempre que a oiço, não deixo de achar que, no fundo, o conteúdo da letra é absolutamente imbecil. O Porcell, apesar de ter escrito, admitiu achar o mesmo anos depois.

 Uma das linhas de baixo mais facilmente reconhecíveis de sempre, uma batida para pôr uma sala a correr de um lado ao outro e uma parte rápida mais que curta que só pede stage dives? Ok, I'll take that.

2. Shutdown


A Shutdown é a minha música de Project X preferida. Posso até dizer que é das minhas músicas de hardcore preferidas. Começa com o 1, 2, 3, 4 da praxe, tem o riff malandro youth crew à abrir, tem muitas guitarras soltas, muitos slides, muitos stop and go's e uma parte lenta para varrer tudo o que está à volta... é perfeita. 

Portanto um dia os Project X foram banidos de tocar no CBGB porque eles decidiram implementar uma regra contra os stage dives. Será que houve stage dives num concerto deles? Sim. Será que eles foram banidos por isso? Sim. Daí a revolta. Acontece.

3. Cross Me


Nove (!) segundos de música, sabes. Não há muito a dizer sobre esta, que só acrescenta ao sabor clássico do disco. Nove segundos, a sério? A música é sobre a banda Half Off, porque eles tinham um beef qualquer. Who cares? 

4. Dance Floor Justice


E quando se fala de entradas brutais, tem de se falar desta. Provavelmente a minha segunda malha preferida deles (e escolha óbvia para o nome de uma crew que ainda representa com bastantes old cats), tanto pelo som como pela música. Vou longe ao ponto de dizer que o riff que entra depois da intro é dos mais dilacerantes que conheço. 

A letra é óbvia... sobre as pessoas que estão no pit para arranjar confusão e não para se divertir. Portugal sofreu um bocado com isto nos primeiros 5 anos da década passada, com muita gente a não querer aceitar o "slam dance" ou o "mosh" como dança do hardcore - quando era estranho dançar e quando a maioria se ria disso. Talvez seja daí que me identifique tanto com ela. Circle pits positivos e sorrisinhos na cara de dedo apontado para o ar? Yeah right, dance floor justice... you'll fucking get! Just kidding, a luta é outra (com mais álcool ou atitude em cima) mas continuo a gostar tanto de PCs como há dez anos atrás.

5. Where It Ends

A minha despreferida do disco, nem sei bem porquê. Será por ser assim mais lenta? Menos estruturalmente excitante? Claramente que se a influência das outras veio dos Youth of Today, esta veio dos Judge - é óbvio. Curiosamente é a melhor letra do disco e uma que faz bastante sentido até aos dias de hoje. Fala sobre crescer e continuar a acreditar e sobre amigos que deixam de ser amigos porque o hardcore ou o straightedge são, na visão deles, uma coisa de crianças. Oh well, os Stop and Think já diziam: "We're the ones cursed with sight, the only ones who can see things right."

domingo, 20 de janeiro de 2013

Playlist da Semana #29

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Black Friday '29 - The Escape - Já não ouvia esta banda à tanto tempo. Foi mais uma daquelas que vieram cá tocar a Portugal um punhado de vezes e nunca a consegui apanhar. Curto bué este disco e esta banda, os riffs são do caraças e adoro a maneira como a voz encaixa na música. Mais uma banda que mostrou que a Europa sabe fazer as coisas bem feitas sem ser a fazer cópias chapadas do que se faz nos Estados Unidos ou a fazer bandas matrecas que escorrem azeite. 

Leeway - Born To Expire - Tenho andado a ouvir bué Leeway, daí o Bruno ter meio adivinhado o disco que lhe mandei para os Discos Trocados. Grandas riffalhadas metaleiras ali no meio, e aquela vozinha têem-me enchido as medidas. O início do disco com a intro mesmo para abanar os longos cabelos compridos (inexistentes neste caso). Crossover nova-iorquino acho que é um gosto que se vai adquirindo, mas se começas a curtir só te apetece mandar granda headbang até te ficar a doer o pescoço. Mark of the squealeeeeeeeerr!

Killarmy - Silent Weapons For Quiet Wars - 97 Mentality. Não há como falhar. O ano da colheita vintage do rap, mesmo do guardar na adega e de vez em quando tirar para se ouvirem discos de rap como manda a lei. Killarmy era daqueles grupos afiliados ao Wu-Tang, e não obstante o selo de qualidade de serem da Fam, a par de Sunz of Man ganharam algum nome por si. Este é o primeiro disco dos gajos e o meu favorito. Man, este é o disco que tem a Wake Up, a Wu-Renegades e a War Face!! Vai lá ver os videos com eles a mandar pausa com camuflados de botas da timberland em 1997! 

Inmates - Now We Talkin Hardcore! - Hardcore bem crú, rápido e sujo de malta que gosta de beber uns copos valentes. Não sabia que estes gajos ainda tocavam, mas apanhei-os aí num flyer e folgo em ver que ainda se mexem. Não é propriamente o que se espera de uma banda de Cleveland (a não ser que penses em Gordon Solie Motherfuckers). O Aaron de Integrity toca nesta banda, mas os riffs do metal ficaram de fora. Bom!


Biohazard - Urban Discipline - Como é, pessoal que é do hardcore e não sente este disco? Não, mas agora a sério? Não tá a dar. Se calhar são mais do punk rock, não? Já não colava em Biohazard há bué, mas nesta última semana tem sido disco atrás de disco, principalmente este... Música boa atrás de música boa? Check. Acho que quase bateu nos três dígitos o número de vezes que ouvi a Punishment. Ai mãe, alguém me segure a mim e ao Machado.

Infest - Tudo, basicamente... - E a melhor parte é que não estou a mentir. Primeiro foi o meu sócio de LA que pôs um vídeo do concerto, depois foi o Luís que o deixou na minha Timeline. Complica, né? Eu e os Infest temos um problema: não podemos estar juntos. No caso do clip no YouTube, não fosse estar sozinho, decerto que alguém iria pensar que eu estava lá na sala do concerto. Só não varri os sofás a pontapé porque não calhou. #SICKMACHINE

Circle Jerks - Group Sex - Adoro ir às compras, for real. Dar grandes giradas no Tesco, comprar comida saudável, ver o que é que há de novo - rotina. No outro dia tive de lá ir porque tava a ficar sem comida boa e nisso o ginásio não perdoa. Ir bater workout para depois comer merda não resulta. E pronto, fui a ouvir Circle Jerks - que adoro - e a curtir bué. Por acaso devia ouvir mais, embora já tenha ouvido a minha quota parte quando era mais miúdo (lol, só para parecer que tenho praí quarenta anos). Não, granda disco. A malta mais nerd prefere qual versão da Wasted? Aposto que vai tudo bater granda Google só para fazer figura ao pé dos amigos amanhã.

Descendents - Milo Goes To College - Manhã de -3 graus lá fora pede o quê? Descendents. Normalmente uso mais para o Verão, but you know what? Fuck it. E soube-me lindamente, logo de manhã a rockar bom punk rock - o Rui ia ficar orgulhoso! Há quem não goste? Pessoal do core? Hoje estou mesmo nessa tecla. Tipo pessoal do hardcore que não gosta de discos de hardcore - buéda estranho para mim, mas na boa. Free world, yo!

Bulldoze - The Final Beatdown - Colei bem mal em Bulldoze esta semana. Adoro o disco todo e quase me venho com as músicas ao vivo. Sei as falas todas. Entendo que alguma malta não curta Bulldoze, não é uma banda leve de se ouvir. Eu curto. É tipo ir ao ginásio sem ter que me levantar, fico logo bem agitado. Enfim, esta intro vai para o Chiqui de Dmize. Preciso dizer mais? Grow a sack for one fucking night and dance.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Discos Trocados: Leeway/True Colors

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada. Um dia depois, o mesmo super sabor.

Esta semana o André foi passear por isso pedi ao Bruno das Caldas para fazer esta rubrica comigo e não vos deixar órfãos.

Bruno
Leeway - Desperate Measures (1991)

Mais uma vez, aqui o sr.Tiago tem a brilhante ideia de me passar a dinamite com o rastilho no fim, típico. "Queres escrever um post? Toma! Tens 5 minutos!" De alguma forma tinha o feeling de que se iria tratar de Leeway. E foi. Diz que se trata de trash metal. "Foda-se, metal?" Não se iludam, se a vossa cena não se desvia muito do hardcore. Pensem nisto como um hardcore mais elaborado, com riffs mais sofisticados e uma voz a puxar para o maricas. Ahah.

Não sou esquisito, sempre gostei de Cro-Mags, não vejo razão para não gostar de Leeway, o diferente muitas vezes é bom. Querem uma faixa do album para sentir a misturada Hardcore/Trash? Ouçam a No Heroes. Ganda malha. Se ainda tiverem dúvidas se o álbum vale ou não a pena, atirem-se à ultima, The Future. Sete minutos e meio onde se faz uma sintese musical de todo o album, com direito a tudo o que poderiam pedir. "While life to you is on hold, everyone seems cold."

Tiago
True Colors - Focus On The Light (2008)

Por acaso não tinha cá nada destes gajos e só no outro dia saquei isto ao Bruno via Soulseek. E eu até sou granda fã da cena belga, mas ao fim de tanto tempo esta banda por um ou outro motivo nunca cá tinha vindo parar à biblioteca. O grão-mestre do Youth Crew nacional, Rafael Madeira, certamente teria umas palavras bonitas para me dizer sobre este facto e sobre a banda em si, mas deve andar bem entretido a beber água de côco e a ver as minas na praia pelo que sou capaz de estar safo.

Bom, musicalmente é bem ao meu gosto. Youth crew bem temperado, com a voz com uma pitada de sotaque, a rasgar e com uns truques marados, ainda que simples, na bateria e no tempo. Sou granda sucker por este tipo de som. É aquela coisa que não inventa a roda, rouba à força TODA a Youth of Today e afins, mas consegue-me cativar com alguma facilidade.

Mas olhem lá, e a cena belga? Estive aí à tarde a ver os vídeos do Carthago Fest...dava um mindinho para ter lá estado!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Review: No Turning Back + Grankapo + Challenge + Above The Hate @ República da Música, Lisboa


Fui ter a Alvalade eram duas da tarde, o Bruno estava a chegar e ia mais cedo para ficar na palhaçada. Encontro o Edgar e alguma malta de Challenge que me dizem que vêm três carros das Caldas cheios para o show. Entre pessoal mais velho nestas andanças, dois putos de 14 anos! Power!

O pessoal vai abastecer-se ao Pingo Doce, onde se espalha magia pelas velhotas e o Bruno se atira para a frente de um carro em andamento por motivos que ainda agora me ultrapassam...

A malta volta à porta da sala e vai vendo uma ou outra cara conhecida, mas à medida que a hora marcada se aproxima nota-se que está pouca gente, não deviam chegar às cinquenta pessoas. Muito pouca gente se formos comparar com os "vou's" todos no Facebook. Business as usual? Talvez, mas achei bem estranho. Passado um bocado lá se abre a grade e alguma malta começa a entrar. Ainda fiquei cá fora um bocado mas começou a bater um frio do caralho e acabei por entrar com o pessoal que estava comigo. Passado pouco tempo foi entrando malta e ficando melhor composto, mas só a partir de Challenge (e principalmente antes de Grankapo começar) é que se começou a ver uma sala com números razoáveis para uma recepção aos No Turning Back. Não sei números, mas acho que acabou por estar bastante malta no fim de contas, ainda que bastante aquém do que, pessoalmente, contava ver.

A primeira banda foram os Above The Hate. A sério, os miúdos podem tocar muita bem no género que tocam, mas aquela música diz-me zero e faz-me um bocado confusão o porquê de terem passado a ser presença habitual em cartazes de concertos hardcore. Especialmente quando a única música que meteu o pessoal a cantar se chama "Bitches are for those who can't afford hoes"... Se calhar sou eu que sou velho, ou que sou resmungão, mas para além do disparar de breakdown atrás de breakdown para os amigos aquecerem as articulações, música com pouco (ou nenhum) conteúdo não é a minha praia. Já sei, mixed bills é fixe e os moços chamam público, mas pessoalmente foldava sem pensar duas vezes. Sou um chato, portanto.

A seguir tocaram Challenge. O som estava um bocado manhoso mas deram um bom concerto, e tendo em conta a claque (já bem animada por esta altura) fez-se a festa. Espero que o concerto tenha aberto um bocado os olhos a que não os conheciam ou quem os tinha visto uma vez e ficado com uma ideia menos boa (sabe-se lá porquê, gente tontinha...) em relação à banda. Cover de Floorpunch para terminar em beleza.

Fui até à entrada apanhar um bocado de ar e ficar na conversa com a malta, e vejo algum pessoal lá fora que começa a entrar por esta altura. Fiquei um pouco ali no hall à conversa com o Machado e o Tomek e lá entramos, ficando cá atrás ao pé do bar ver o concerto de Grankapo. Sólidos como sempre, estava lá uma data de malta a curtir à frente.

Este foi apenas o meu segundo concerto de No Turning Back, sendo que o primeiro foi aquele no Montijo. Assim, não tinha tanto por onde comparar como muitos dos presentes. Começaram com a intro da Justice, Take Your Guilt e Never Give Up, e foram tocando malhas mais antigas bem como do último disco, No Regrets. Pelo meio houve tempo para beber Bongo e representar o Tuga Style, com o Congas a cantar na Stronger e o Aranha de Pressure a tocar bateria na Web of Lies. Grande concerto, como é hábito, e a mostrarem o porquê da relação tão forte com o público nacional e de cá passarem tantas vezes.

Acho que houve foi stage dives a menos. Não se enganem, HOUVE stage dives com fartura, mas para mim o rácio stage dives/mosh parvo pendeu para o segundo lado. Claro que estava lá o Paulo, o Cabeças, o Calisto, etc, ou seja, os habitués dos stage dives marados estavam lá todos e deram um ar da sua graça, mas acho que malta a voar do palco nunca é demais.

Nada mais a apontar, tudo légáu, granda Congas e Emanuel mais uma vez a fazerem as coisas acontecer. Que NTB venham mais vezes (o Martijn falou em finais de 2013) e que a malte poupe uns trocos para aparecer nesses concertos mais pequenos que vão acontecendo.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Playlist da Semana #28

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Life's Blood - Defiance - Dos discos menos valorizados de Nova Iorque? (já sei Miguel, agora a moda é falar em underrated e overrated, não é preciso depois vires-me chatear com isso...). Não sei, sei que mais malta devia ouvir isto. Arranjei um rip decente (thanks André!) e até parece que fiquei a gostar mais do disco. E aquelas letras? Man, para um rezingão como eu encaixam que nem luva. E a Catch Our Breath com aquela letra e vibe à Blitz? É só mais uma guloseima para me aguçar o apetite, num discaço. Shout out para o Louie que sei que adora a banda. Ainda há malta com bom gosto.

Integrity - To Die For - Integrity? Integrity na minha playlist? Bem sei que não é coisa que facilmente aqui figure, mas o Nuno Mota veio-me dizer que não estava a achar isto na net e depois de alguma pesquisa e de ter encontrado isso meti a tocar para conferir e acabou por ficar. Sabem que não é aquela coisa que me puxe, mas rodou umas quantas vezes esta semana. Aquela macacada da Holy Terror e essa coisa toda do Dwid e companhia dizem-me zero mas musicalmente marca pontos. 

Ego Trip - Demo 2013 - "New band from the UK FFO: Stop and Think/Mental and abit of No Justice". Há algo mais fácil de captar a minha atenção? Provavelmente não. Se o som é na onda das referências que são feitas? Nhé, mais ou menos. Ya claro, tens aquelas partes sem bateria que abrandam ali a pedir um side to side com a parte mid tempo do tanananana (talvez venha daqui a referência a Mental...) e o cliché "bust it!" para a mosh part que lá vem. Mas hey, boa banda, só não correspondeu totalmente ao hype. No Justice era No Justice. Nem que façam banda de covers, vai faltar lá sempre o Timmy a fazer merda. 

Zodiacs - Demo 2012 - "Demos, demos, demos, só ouves demos!" Pa, um gajo tem de estar atento às novas tendências (que geralmente são as mesmas do costume....). Mas nepia, por acaso Zodiacs não é banda à "Lockin' Out", nem "Los Angeles-style Boston hardcore", nem de nenhuma das grandes trends da cena actual. Sujo e punk. 

The Flex - Flexual Healing Vol. 1 - A esta altura do campeonato toda a gente sabe que curto a onda pedreira de Boston. Os britânicos The Flex lançaram uma das minhas demos favoritas do ano passado e começam 2013 com novo registo. Tape com duas malhas novas versão demo e três covers (YOT, DYS, Breakdown). A escola está lá, o som também.


Entombed - Left Hand Path - Isto é metal para homenzinhos, claro. Já não ouvia este disco há algum tempo e, não sei bem porquê, acordei com uma malha na cabeça e tive de ir ouvir, claro. É daquelas coisas, né? Aposto que nos acontece a todos. Quem é que não é fã deste disco? Malandrice, metalada europeia do mais alto gabarito. Esqueçam lá os At The Gates por uns momentos, vá. Duro, muito duro. E áspero também.

Big L - Lifestylez Ov Da Poor & Dangerous - Antes de mais: Descansa em paz Lamont. Não serás esquecido. Ok, rapper preferido. What's new? Quando tive em Nova Iorque há um par de vezes fui ao Harlem enquanto ouvia este disco, só para sentir os sítios de que ele fala. Sim, até aquele parque de que ele fala. Tem lá um memorial pintado na parede e tudo. RIP, mesmo - bazaste demasiado cedo. "Put his brains in the street, now you can see what he was just thinkin'."

Side By Side - You're Only Young Once - É como eu dizia no Facebook: Os Side By Side são muito underrated coitadinhos. Este EP é mais que brutal, é mesmo muito bom. Som energético e grandas letras. No entanto és capaz de ver mais gente a dar graças a Bold do que a estes manos. Lolada mesmo. Mas na boa. Tipo, quando ele diz "You're the desease and we're the cure"? Quase que morro.

Agnostic Front - Live At CBGB - Treze anos a ouvir hardcore dizem-me que este é o meu disco de hardcore preferido (e banda, junto com Dead Kennedys). Quem sou eu para discordar? Ninguém. Não sei bem o que dizer... Sou capaz de ouvir este disco em qualquer altura, em qualquer lugar, em qualquer situação (menos na cama quando as coisas aquecem, se calhar - aí prefiro um Doors ou um Stooges). O que o Roger diz no meio das músicas, as músicas, a capa, tudo. Sou buéda fã!! A ver se emolduro uma foto minha a segurar este LP. Agoro volto já, que tá a começar a Public Assistance. Cabeça quebrada na quina da mesa, é você? Sou sim!

Crowbar - Obedience Thru Suffering - Continuam a ser a banda mais pesada do mundo, sem grandes dúvidas. Esta semana tive colado neste primeiro disco deles. É qualquer coisa, não é? Eu sei que não é para todos, mas mesmo assim... Não deixa de ser qualquer coisa. É cada riff mais filho da puta que o riff a seguir e cada riff mais pesado que trinta Slayers juntos. A parte do fim da A Breed Apart? Quem vota como sendo uma das melhores cenas de sempre? 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Discos Trocados: Cops And Robbers/Soul Search

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada. Um dia depois, o mesmo super sabor.

Tiago
Cops And Robbers - Face To Face With Hate (2001)

Ah, Boston. Gotta love it. Não que conhecesse a banda, mas bastaram os primeiros segundos para ver de onde estes gajos são. Há ali riffs a lembrar SSD (se bem que rapidamente a velocidade diminui) e a voz lembrou-me o Choke. O Choke é um granda boneco. Aquele vídeo a pedir desculpas a Nova Iorque? LOL. Mas pronto, isso é outra conversa. Este disco é bem bom, gostes ou não do hardcore "pedreiro". Eu sou suspeito, bem sei, mas foi boa onda o André ter-me enviado este docinho para começar o ano com o pé direito. E sim, a terceira malha é a melhor do disco.

Man, bandas à Boston na tuga? Como é que é? Está complicado né. E não é por falta de fãs...A malta nova que se dedique a sacar aí os discos que a X-Claim! lançou e o LP de Negative FX, a ver o que é música para andar a distribuir chapada. Olha só aqui a lição número um.

André
Soul Search - Bury The Blame (2011)

Primeira reacção: Será que o Tiago está bem? A passar-me assim discos de heavy metal? Craze. Até fiquei burro quando ouvi o primeiro acorde/intro - até achei que ele me tivesse enviado o disco errado. Esta banda é definitivamente interessante, mas não interessante o suficiente para me cativar a procurar mais sobre eles. Claro que não é conversa de cota. Tipo, esta distorção de guitarra é a sério? lol. Esta merda é só quase guitarra e voz, o resto que se foda. Tá bacano que tem grandas breakdowns e não sei quê, mas eu curto ouvir os instrumentos todos (podiam ter roubado isso a No Warning, ou mesmo Madball até 2000). Mas ya, o som "sujo" é que tá a bater então deve ser por isso. Na descontra.

O som não é mau de todo, mas fico sempre com aquele saborzinho na boca - sabem? Aquele sabor meio amargo de quem já ouviu isto e aquilo em qualquer lado. "Ah, mas nada é original na música." O caralho é que não é. Pode não ser novo, mas original só não é quem é preguiçoso. É o caso? Sim. Vou comentar quão horribilis é a capa? Não.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Review: Revengeance - Complacent Complacency (2012)


Revengeance foi uma banda que me caiu aos pés meio por acaso. A história até foi engraçada, pois "conheci" a banda no seu primeiro (?) concerto, na Amadora com Citizens Patrol, quando ia a caminho do show e o Ricardo Servo (PxHxT) encontra um amigo e lhe pergunta o que é que está ali a fazer...o rapaz disse que cantava na primeira banda, e falou nas linhas gerais do que era o som dos Revengeance. Assim numa palavra, bem fácil, powerviolence. O que aconteceu a seguir no concerto foi mais ou menos a tradução musical dessas duas palavras, em que deram um bom show e abriram logo a pestana ao pessoal que estava lá naquele sítio no cú de Judas.

Assim bem rápido surgiram logo dois lançamentos da banda, a demo tape e o split com Tinnitus, que desapareceram bem rápido. Ou então fui eu que dormi no pedaço...Concertos com fartura, presença no festival hipster Milhões de Festa, festivais de Metal e festas da Vice e a banda a ganhar algum espaço no panorama musical mais extremo cá do burgo.

Fast forward para 2012 e a banda volta ao ataque com novo disco, 7" intitulado "Complacent Complacency". Neste novo registo notam-se algumas diferenças no som da banda, provavelmente fruto de algum amadurecimento da banda e do seu som. Em menos de 11 minutos voam 12 faixas, com uma cover de Void ao barulho (Void, man!! Void!!). Quando falo em diferenças refiro-me a cenas tão simples como faixas mais trabalhadas, com partes lentas que não eram tão comuns aos dois primeiros lançamentos. Mas hey, não pensem que o disco é lento. Eu disse 12 faixas em 11 minutos certo? E se formos a tirar as intros e aqueles skits esse tempo é ainda mais reduzido. Não se preocupem, têm aqui blast beats com fartura. Aquela troca de vozes Inês/Fat Bastard que acaba por caracterizar a banda continua a funcionar bem, para além do trabalho do Jimmy na bateria e do Deris na guitarra (ao vivo então, dá para sentir o abuso).

Sempre bom ver lançamentos em vinil, e a Ruins Records mais uma vez a apostar (e bem) no formato, desta vez em parceria com a DegradagemBom disco, boa malta. Apoiem a banda e as editoras.

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domingo, 6 de janeiro de 2013

Playlist da Semana #27

Todas as semanas, a Playlist da Semana. Porque no partilhar é que está o ganho.


Fantômas - The Director's Cut - Bom, eu comprei este CD na altura em que saiu, mas não me lembro bem porquê. Seria porque o mano que vivia comigo quando eu estava a estudar na Covilhã era mega-fã do Patton? Possível. O que é que aqui temos... "Metal avant-garde", diz a página da Wikipedia e ya, não falha muito. Quem não conhece que bote olho, de preferência às escuras e com o volume bem alto. O baterista é o de Slayer, dá para enganar? Neste disco é só "covers" (lol) de bandas sonoras de filmes, e... Sabem que mais? Comecem por aqui.

Pointing Finger - Fighting For The Movement - É, o Ema e a Juicy Records vão mandar uma zine cá para fora - granda onda! Ele perguntou-me sobre o primeiro disco que comprei, mas já foi há tanto tempo que não me lembro. O resto da história vem na zine, depois logo botam olho. Esta demo traz-me grandas memórias e, ouvindo bem, o som não é assim tão chunga como de outras demos da altura (tipo a de Release, LOL!). Claro que o Diogo acelera ali na voz uma beca às vezes, mas é a primeira demo e ninguém nasce ensinado. A minha preferida, ouvindo agora de novo, acho que é a You Choose. Deve ser daquele riff no meio. Bom.

Descendents - I Don't Want To Grow Up - Miúdas que não gostem de Descendents? Não dá para casar, sorry. No outro dia calhou estar um solzinho de Inverno por estas bandas e eu decidi pôr isto a tocar enquanto arrumava o quarto. Acontece a cada seis meses, mais coisa menos coisa. Melhor que limpar o pó a cantarolar Descendents? Na, não há. Está ali taco a taco com o van Persie a massacrar defesas nos últimos dez minutos de jogo. Como se diz Deus em holandês mesmo? É Robin? Na boa. É porque quando ele se reformar alguém (para além da Wikipedia e dos adeptos do Arsenal) se vai lembrar que ele jogou em Londres.

The Doors - L.A. Woman - Adoro Doors. Já tinha dito? Se calhar já. Quando escrevo normalmente é com Doors ou Pink Floyd. Deve ser o equivalente straightedge a fumar uma ganza ou tomar um LSD, não sei. Headphones e um deles e é garantido que os parágrafos fluem como se não houvesse amanhã. Sensação brutal. Anyway, esta semana andei no L.A. Woman porque no outro dia na rádio passou a malha do mesmo nome e eu não resisti. É granda disco (digam o que disserem). Sim, ele já estava gordo e sim, já se estava nas tintas, mas continua a ser granda disco.

Trapped Under Ice - Demo - Discos repetidos, é você? Continuo a ouvir esta demo e a curtir as duas malhas que curtia ver ao vivo - embora já as pape às três na descontra. No outro dia ouvi o EP também mas... na. Acho que só me apanham nesta. Brutal que finalmente sei qual é a música que o gajo ao vivo começava "aueeueauueueu". Até digo porque é que curto: na primeira curto aquela roladazinha na bateria antes do break e na última curto aquelas partezinhas rápidas que os gajos metem ali da surra. Granda onda. Tirando isso é mesmo uma beca mais do mesmo, mas na boa. Free spirit! Nunca disse que era fã.

Warhound - Next Level Demonstration 2013 - O Congas puxou-me para uma conversa onde estavam a falar deste vídeo e, depois de ver, não posso dizer que não tenha curtido. Assim um mix de No Retreat com Body Count? Lol, granda onda. Estou-me um bocado a cagar se eles querem ser do rap ou do heavy metal - para mim isto não é miudagem do hardcore como eu. Ou melhor, estamos à procura de coisas diferentes no hardcore. Na boa, espaço para todos. Espero que venham a Londres e partam o Underworld ao meio - eu vou lá estar para ver. Vai ser bonito, vai.


Warthog - Chain Wallet Demo - Não sei se estes bacanos são fãs do Halo ou se curtem javalis, mas por motivos que não investiguei trocaram o nome de Chain Wallet para Warthog. Só me lembro de quando era mais puto e estava na altura do nu metal (ainda eu não sabia o que era hardcore) e andava tudo com as carteiras presas por correntes, e correntes a prender as chaves (e aqueles colares de bolas de ferro?! ahaha). O ano ainda agora começou mas ainda fui mais que a tempo de encontrar uma das supresas do que foi lançado em 2012.

Hank Wood & The Hammerheads - Go Home! - O ínicio do ano serve sempre para ir cheirar as listas de "melhores discos de 2012" e ir ver se houve algo que me tenha escapado. Este foi um dos discos que mereceu alguma atenção. Rock'n'Roll bem sujo com uma produção toda manhosa e feedbacks por todo o lado, cativou-me bem rápido com uma vibe meio à The Mummies com aquele teclado frenético. O vocalista não sei se está todo bebado/drogado, mas aquela voz tem o seu je ne sais quoi. Entranhou-se com facilidade, mas não há de ser coisa que agrade a muitos. Dêem-lhe a chance. 

Dead Stop - Done With You - Não consigo deixar de amar esta banda. Aí pelo facebook veio à conversa o "Euro Core" já a propósito não sei do quê (o video de Warhound? acho que foi). Fiquei a saber que Euro Core não se traduz em European Hardcore, mas sim numa espécie de género dentro do género. Sou mau com rótulos (ainda para mais com rótulos dentro de rótulos), mas para mim a conversa começa e acaba numa simples afirmação: melhor banda europeia? dead stop. Sem espinhas. 

Righteous Jams - Business As Usual - Esta semana chegou-me a casa o primeiro disco de RJ que tenho a honra de possuir. Claro que foi comprado há dois meses, mas o Sandy e o Natal atrasaram os tipos dos correios. No problem, tenho sempre os mp3 para me salvarem o dia. Este disco em particular é um bocado fraquinho, tendo em conta o discaço que era o anterior, mas ainda assim, come-se bem. Com uma cola com limão e umas batatinhas fritas então é mel.