segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Discos Trocados: The Menzingers/ Congress

Todas as semanas trocamos um disco entre nós e falamos um pouco sobre o disco que nos calhou - tanto pode ser um clássico como uma porcaria autêntica, mas é aí mesmo que está a piada.

Esta semana o convidado é o David Rosado, lenda do hardcore farense, CEO do império Salad Days, parte de Clean Break, Broken Distance, e por aí fora. Desde a última colaboração com o NCE criou o Salad Days Podcast que já conta com doze episódios, e rapidamente trouxe à tona conteúdos cruciais para todos os gostos em conversas descontraídas com as mais variadas personas da nossa cena.

Quanto aos discos...ui, esta semana há bipolaridade! O David mandou-me o último disco dos The Menzingers e eu aumentei um bocadinho a intensidade com o Angry With The Sun dos Congress. Em baixo o que cada um achou.

Tiago Gil
The Menzingers - After The Party (2017)

Não vou dizer que não estava à espera de algo nesta onda. Para quem, como eu, segue o podcast do David e prestou especial atenção à conversa com o Flávio reparou que esta onda pop punk tem andado a rodar muito no spotify de ambos, pelo que a escolha musical era algo espectável.

Mas por espectável não quer dizer que conhecesse muito bem quem estes Menzingers são. Rock/Indie/Pop Punk bem tocado sem vozinhas maradas terá o seu apelo, mas faltam aqui uns ingredientes para isto me apelar. Para começar o disco é lento. Ainda há uma ou duas em que aumentam um bocado o ritmo mas depois há outras calmas demais. Aposto que fazem sets acústicos do disco. Troco isto pelo pop punk da pastilha a tocar no rádio a caminho da praia, enquanto levo com o sol na tromba e grito os refrões burros. Isto é mais banda sonora para ler livros no sofá a ouvir a chuva a bater na janela com um copo de vinho a acompanhar - não é o meu plano habitual de fim de semana!

Fui dar uma olhada nas letras para ver qual a razão de tanta melancolia, e os rapazes estão mesmo tristes com o facto da vida festa e palhaçada de jovem adulto estar a acabar e as responsabilidades estarem ao virar da esquina. Engraçado como em 2017 isto são problemas de malta nos 30's, quando ainda há uma geração era algo que se passava com dez anos a menos...Mas hey, songwriting muito acima da média. Props para eles por isso.

Cada um exterioriza como quer. Eu ainda estou com outro mindset, mas vai na volta chego lá mais depressa do que acho e este disco vai ser a minha banda sonora. Esperem uns anos e venham-me perguntar se há novidades.

David Rosado
Congress - Angry With The Sun (1998)
Quando falei com o Tiago sobre participar no blog já devia estar à espera do que havia de sair dali. Se calhar o erro foi meu em ter sugerido o disco primeiro. Nunca irei saber… Mas o que é certo é que Congress passou-me totalmente ao lado.

Quando no final dos 90s comecei a ouvir Hardcore, vindo do Punk Rock da Epitaph/Fat Wreck, o que mais me atraiu foi o chamado “Youth Crew”, embora também tenha ouvido imenso Indecision e Renewal. Mas, talvez pelo facto de Congress ser da H8000, fez com que tivesse ainda menos vontade de ouvir. É certo que hoje em dia ouço muito mais cenas diferentes e é com esse ouvido mais treinado que escutei atentamente o disco que me calhou. À primeira, se não soubesse o que era (nunca na vida ia adivinhar se me perguntassem), era óbvio demais que este disco foi feito nos 90s. Aquele som de tarola, seco e agudo não engana ninguém. Riffs metaleiros q.b. com partes a abrir e o inevitável chugga chugga tão característico dos 90s. 

Tendo em conta estarmos em 2017 não estou a ver muitos putos novos virarem-se para aqui, mas também quando comecei a ouvir Hardcore também devorei as gravações mais xungas de Youth of Today e Bold. Não sendo um disco que irei ouvir muitas mais vezes, foi bastante mais agradável do que estava à espera. Já agora, este é o melhor disco de Congress, ou da H8000?

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